Os impostos sintetizam a relação económica entre o Estado e a Sociedade.
Ao subtrair recursos às famílias e empresas, a questão que se coloca é a
da relação entre a utilidade marginal que daí advém para o Estado e a
desutilidade marginal para a Sociedade dessa punção fiscal coactiva.
Acho que esta abordagem de Bagão Felix, merece alguma reflexão. O nível de impostos tem estrangulado a nossa economia e as nossas famílias. A taxa de esforço fiscal é, por estranho que pareça, das mais elevadas da Europa. Este nível fiscal não corresponde necessariamente ao nível de serviços que o Estado deveria proporcionar aos cidadãos. Refiro-me não só à qualidade dos mesmos como também à sua abrangência. Podemos verificar que uma das questões levantadas pela Troika correspondiam exactamente a que dois terços do esforço no equilíbrio do deficit fosse feito do lado da despesa (as chamadas gorduras do Estado) é só um terço correspondente ao esforço exigido aos cidadãos, do lado das receitas portanto. Esta disparidade tem naturalmente os seus efeitos negativos. Desde logo pelo sentimento de injustiça que ela provoca. Créditos sejam dados a todos quantos da esquerda à direita, incluindo o PR pelo esforço para que o próximo orçamento de Estado pudesse reflectir este sentir. Tanto Gaspar como Passos Coelho mostraram-se inflexíveis aos apelos que dum e doutro lado da sociedade civil se fizeram ouvir. Sem ver, sem querer ouvir caminhamos para decisões erráticas: para o precipício...
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