O deve e haver da actualidade nacional ... um espaço de encontro e debate de ideias.
Por tudo o que conseguiu em 1974, Otelo Saraiva de Carvalho merece-nos o maior respeito e o mínimo que podemos fazer é que o ouçamos com atenção. Compreendo perfeitamente as palavras sentidas de Otelo e até o desencanto que mostra, ao ver o seu país, o país que ajudou a libertar no 25 de Abril de 1974 recuar décadas de progressos e conquistas sociais, depois dos sacrifícios e risco pessoal postos no derrube da ditadura, conseguindo, desta forma, para o seu povo, condições de vida e progresso sociais nunca experimentados anteriormente. Conquistou a liberdade, o serviço Nacional de Saúde, a universalidade e gratuitidade da educação, a paz, o direito à habitação, a liberdade de imprensa, enfim a democracia e muitas das coisas que progressivamente se foram perdendo da nossa Constituição. A situação em que nos colocaram, os anos e anos seguidos de desnorte ao desbaratar sistematicamente o nosso tecido produtivo e que culmina agora com um pedido de ajuda financeira é sem dúvida um obstáculo significativo ao exercício da nossa soberania. Paulatinamente estamos a perder tudo o que foi conquista de Abril e é contra isso que Otelo se insurge. Como é desolador verificar aonde chegamos. Como é triste ver o sofrimento daqueles que atingiram o limite. Como é imoral ver as discrepâncias na nossa sociedade onde cada vez há mais pobres e os ricos cada vez mais ricos. Como é constrangedor verificar como alguns são poupados a todos estes sacrifícios colectivos, como tudo isto se tornou uma injustiça. É disso que ele nos fala...
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